meu corpo abriga os mistérios do mundo
é terra sem lei, sem escrito, sem rumo, sem traço
trago em mim as cores de pintar dia
a luz que explode no céu da noite
que afasta o medo e desbrava a solidão
eu sou solidão
tenho em mim as dores de quem viu
se permitiu enxergar
e quero o vermelho de sua boca me ajudando a escrever amor no papel
porque é preciso acreditar no amor
porque é só o que nos resta
um mundo sem amor é cruel demais
e eu acredito que tu caminhas por ai
chutando pedras lunares e colhendo conchinhas na praia
só pelo prazer de colocá-las no mesmo lugar
eu sei que há também sua dor
seus rasgos, suas cores doloridas
e há também nosso medo
nossa confusão
a cidade que nos inebria
mas eu prefiro acreditar no amor
e que, talvez assim,
se possa escapar da dor do mundo
se possa escolher ver beleza também
com os mesmos olhos que viram a desordem e o caos
eu sei que há em algum lugar uma forma de juntas espaços
e que os universos se tocam
se não, como nasceriam as estrelas?
eu sei que de alguma forma
teu doce meu doce
tua dor minha dor
nossas cores
e os mundos em expansão
ousam se tocar
e permitem que nasçam estrelas
e permitem que nasçam planetas
e permitem que a gente crie nossa própria história
e permitem que se crie magia
eu sei que existe. Porque é cruel demais pensar que não.
eu sei que em algum lugar as pessoas ainda querem amar
do jeito simples, do jeito feliz, do jeito encantador
que é permitir que nossa expansão se toque
ainda haverá poesia de dois
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