Olá

Bem vindo a partes de mim



domingo, 16 de dezembro de 2012

As coisas vão se resolver. Sempre se resolvem. Os planos de Deus são incríveis, e são perfeitos. Não importa o que acontece hoje, ou amanhã. Eu sei em quais mãos eu coloco meu futuro. Deus proverá. Deus cuidará. Tudo tem um jeito.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

é muito problema, muito caos e muita fumaça... Prédios altos, orgulhos maiores ainda. É gente com medo de gente, bicho destruindo bicho.
Barulho demais, falta paz, falta aquela parte do dia com o silêncio acolhedor.
Ainda bem que meu tempo é curto por aqui. Não me prendo, não me demoro.
Gosto de observar as paisagens e depois subir, subir e sumir... Sumir por ai, de volta pro meu ninho e longe de toda essa solidão agrupada.
Gritos, caras que parecem tristes ou ocupadas, ninguém tem tempo pra nada ou pra ninguém.
Uma bobagem, pois estes, de tão inteligentes esqueceram de aprender a ser feliz. E não perceberam que tanto trabalho não leva à nada... Tudo passa...
Problemas? Preocupações e mundo cinza? Eles passarão...
Eu? Passarinho!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Ei, você! Lembre de mim...
Lembre de mim na parada no ônibus, enquanto caminha pra casa... Lembre-se enquanto é dia, ou mesmo quando for noite. Sob chuva ou vento, não se esqueça de mim...
Lembre-se em dias calmos e poéticos, ou até nas tardes ocupadas... Mas não deixe de lembrar de mim.
Me recorde mesmo que por um momento ou uma banalidade, mas o faça sorrindo...
Não me deixe passar desapercebida pela tua memória. Me traga junto ao cheiro morno do pôr-do-sol, à calma que exige nosso cotidiano tão apressado. Deixe que o resto venha comigo, as risadas, mesmo que baixas e apenas uma sombra do que foram outrem, os arrependimentos e os carinhos.
Não importa como, ou onde, ou com quem. Mas lembre de mim... Assim como eu lembro de você.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Em algum lugar deste mundo nos perdemos.
E em algum lugar vamos nos encontrar

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O que será que será? O que será de nós que hoje gastamos tempo e disposição em coisas tão banais?
O que será de um mundo tão pequeno, se tornou frágil?
E dentro de nós? O que será que virá?
Virá luz ou virá sombra?
Virá calor ou frio?
Virá aquilo que escolhermos para ser: o doce ou amargo da vida.
Somos a diferença entre aquilo que acontece e aquilo que é passado.
Somos o presente, assim como fomos o passado. E o futuro? ...ah, futuro... Este à Deus pertence, e não sabemos o que será que virá.
Mas, ainda assim, somos o que o nosso coração se transformar. Um rio de lágrimas ou um campo de sonhos. Um pomar de quimeras, talvez. Em todo caso, seremos aquilo que cultivarmos, aquilo com o que perdemos o nosso precioso tempo. Quem alimentamos.
Temos dois ou milhares de lados. Escolha o seu, e então, dedique seu tempo, seu carinho e atenção. Cuide de si, da sua consciência, suas mentes e ações.
Cuide de si, depois, cresça mais um pouco e mude o mundo ao seu redor, para só então, estar pronto para mudar o mundo ao redor dos outros.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

L'amour, oh l'amour...

"L'amour, hum hum, pas pour moi,
Tous ces "toujours",
C'est pas net, ça joue des tours,
Ca s'approche sans se montrer,
Comme un traître de velours,
Ca me blesse, ou me lasse, selon les jours" Carla Bruni

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Olhos certos

Te vejo por ai a pisar torto, cambalear pelos lados, me buscar para então logo depois abandonar e seguir aos tropeços. Derrubando, ou pouco se importando com os que vêm ao teu lado, na tua frente ou até nas tuas costas.
És altamente corrosivo. Inconsequente e ofensivo. Tendes ao martírio e ao sacrifício de tudo aquilo que pode te prender, ou te fazer amar. Ou talvez seja apenas comigo. Mas a verdade é que esta tua sede de vitória, teu medo de perder e de amar me deixa irada. Tu me deixas louca. Mas talvez seja por efeito desta mesma loucura que não consigo evitar-te, ou vencer-te.
Deixo-me perder, rendo-me às tuas mentiras e piadas. Me arrancas sorrisos com a mesma facilidade com que arranca as palavras de ódio. Fez-me de brisa e poesia. Fez-me céu conturbado e tempestade de verão. 
Vivemos em sintonias incoerentes, que quando aproximam-se logo repelem-se, agridem-se, mas logo depois se reaproximam, e chegam a acreditar que desta vez possam se tocar, mas é apenas uma ilusão.
No entanto, sem nexo ou propósito, eis que algo surge em mim. Uma esperança talvez, ou algo mais forte e decisivo, ao qual tento reprimir, mas que, embora meus esforços, insiste em existir e, pior, alojar-se em meu seio, longa e profundamente.
E assim, talvez mantendo esperanças remotas e errôneas, espero pelo dia em que ei de te encontrar caminhando por ai, e então perceber, que agora estás pronto para mim. 

O fim

Hoje me veio uma notícia que já esperava há um tempo. Notícia triste por ser o ponto final de uma história toda. Mas me tranquilizou saber que essa história pode ser escrita completamente e correu até suas últimas palavras. Me tranquiliza saber que enfim seu sofrimento acabou.
A primeira lá grima escorre agora, depois de algumas horas. Não choro de dor, não. Choro simplesmente porque hoje é dia de morte e ela é triste. De fato, é apenas uma fase da vida. Mas ainda assim o par de olhos que se fechou hoje viu o mundo como ninguém mais e findou-se um mundo inteiro. Por isso me traz lágrimas. O fim é forte demais para que não traga impactos sobre as pessoas.
Me lembro que da última vez que te vi te abracei você não me soltou, ao contrário, abraçou-me uma vez mais. Foi nossa despedida. Vou sentir falta daquele abraço. Mas espero que esteja melhor agora, ao lado do Senhor. E fique em paz, porque nós aqui estamos.
O amor reconforta. E ele irá cuidar de apaziguar as dores, limpas os cacos e deixam apenas o que nos faz bem. As lembranças de conforto e sua história para contar. Bela história, aliás.
Não há mais palavras para derramar por aqui, seria forçar a expressão de sentimentos que com toda a certeza não cabem aqui. Por fim, gostaria de dizer que muito te amo e que espero que Deus cuide de ti.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Retrato de um dia feliz

Felicidade é muito simples. É se sentir em casa, seja com o cheira de roupa lavada ou um abraço forte. É a presença de velhos amigos em velhos ambientes.
Ser feliz é ser completo, é sorrir naturalmente, numa plenitude sem fim.
Hoje, eu fui feliz. Amanhã, eu escolherei ser. E se no ontem não o fui, a partir de agora serei!
Me senti em casa como há tempos não sentia. Renovei as ideias e, por um momento, voltei a ser como antes.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

De carrasco a cupido

É um saco quando você quer fugir de tudo, tudo, tudo e não tem pra onde ir.
O único lugar capaz de me arrancar desse desatino está fechado pela mesma chuva que vos alegrou tanto mais cedo.
Mas é exatamente isto. A Terra continua girando, incessantemente, mesmo com minha tristeza ou não. E aquilo que vos alegra também é motivo de minhas penas. As lágrimas que agora caem do céu vêm para limpar e marcar tua felicidade, enquanto arrasta junto com a terra solta e gotas caídas mais alguns de meus sorrisos que havia escolhido para usar hoje.
Com a mesma força que veio, peço que se vá também. Lave, leve, mas tenha ao menos a coragem de levar tudo de vez. Não me deixe nada, nem sequer uma gota de misericórdia ou bondade.
Porque prefiro mil vezes a intensidade. Ou tudo ou nada. Não vivo por meios sentimentos ou meio termos. Entre um copo meio cheio ou meio vazio eu prefiro enche-lo ou virá-lo de vez.
Por isso, espero que nesse momento, esta chuva tão imparcial, ao mesmo tempo carrasco e cupido, chova seu máximo, me arranque de vez o que me dói e te dê de vez o que te faz sorrir.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

E se?

E se o caneco entornar?
A música acabar e o sonho ter fim?
A luz apagar
O sambista parar
ter pena de mim?
Ainda assim
A luz vai brilhar
O bêbado cantarolar
Seu soneto infeliz
e eu vou andar
todas as ruas
todas as cores.
O céu ainda vai presentear
com seu espetáculo sem fim.

Este é o meu primeiro poema, então, sejam bondosos e pacientes, pois tudo na vida é questão de evolução. Subir um degrau de cada vez e perceber que a escada nunca tem fim. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Doce momento à sós.

Abro uma espaço na agenda para ser eu. Saio das redes sociais, dou um tempo do livros e desligo o tv. Abro a janela e dou de cara com universo inteiro, feito perfeitamente para mim. Um mundo inteiro de sensações e felicidades que sem abre junto com o meu sorriso.
O vento frio balança-me os cabelos e a alma. O brilho da lua vai agora preenchendo-me, presenteando-me também com um pouco de sua resplandecência, para que assim, também eu possa abrilhantar um pouco o mundo ao meu redor.
Todos os meus sonhos parecem despertar e a felicidade acaricia-me, adere-se à minha camada mais tenra, profunda. Sinto-me nova. Uma nova eu que desperta para ver o mundo com outros olhos, cada vez mais amorosos. Enxergar o mundo com o mais puro amor, é isso que sinto-me motivada a fazer.
A cada momento passado admirando a beleza desse Universo eu percebo que sabedoria e poesia não estão apenas em livros. Todos os dias encaramos e, geralmente, ignoramos a maior, mais sábia e poética criação: A Criação Divina, o mundo que temos bem ao nosso redor.
É a coisa mais banal e mais extraordinária que conhecemos. Seus mistérios são inúmeros e fascinantes. Cada dia aprendo mais com a natureza que nos cerca.
Aprendo que o importante é a essência, o simples, o belo, o raro. 
Aprendo a celebrar cada e todo minuto.
Vejo, vivo e revivo o doce da poesia que aspiro e me inspira.
À vocês, que hoje leem meu confuso e íntimo relato: A poesia prevalece! E, visto que a poesia nada mais é que amor, que o Amor, o mais puro, prevaleça em cada um de vocês.

sábado, 7 de julho de 2012

Aqui, é proibido ficar triste

Preciso escrever. Mas o que? Todos os meus textos tem o mesmo estilo, as mesmas dores e felicidades. Muita coisa acontece mas pouco ao meu redor muda. Sinto velhas dores e a abertura de velhas cicatrizes.
A solidão parece me perseguir em todos os cantos, com os velhos e os novos. Por que está acontecendo assim? Aprendizado, talvez. De qualquer forma, tudo continua como antes.
As mesmas dores, as mesmas penas.
Queria conseguir, e tento, ainda tento, fazer como na canção, juntar todas as penas que sinto de mim mesmo, criar asas e virar querubim. Mas não é tão fácil.
Mas facilidade ou dificuldade não é desculpa para desistência. E não posso me permitir falhar agora, não comigo mesmo.
Por hora, vou tentando, pacientemente, com amor e dedicação, desfazer os nós no tricô da minha vida. Enquanto escuto o doce eco da poesia diária: amanhã fico triste... Hoje não!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Relicário

Perco muitas coisas todos os dias. Perco a hora, perco a fome, perco a carona, perco até as roupas e os livros... Mais que isso, perco tempo também. Conto nos dedos os tempos perdidos para uma nova vida. O tempo vai passando e nem tudo que nos trouxe até aqui segue conosco. São pessoas, palavras, gestos, olhares e manias que vão ficando pela estrada como o rastro do nosso caminho percorrido.
Perder é inevitável, assim como deixar de sentir a falta. Sinto falta dos gostos e cheiros do passado. Da casa, das pessoas. Dos sorrisos e das risadas. Muita coisa na memória, um coração pesado de tanto amor que recebeu e deu. 
Do muito que perdi, ainda guardo pedaços. Assim, vou preenchendo e montando meu precioso relicário. Cada dia com mais saudade e mais lembranças.
De tudo, guardo o bom. Dos males ficam os aprendizados, e das alegrias a felicidade. Sorriso no rosto, pés dispostos a caminhar e asas prontas à voar. Segurando firme meu relicário, é hora de seguir.

sábado, 12 de maio de 2012

Bem vindos, marujos

Saudade bate na porta e eu não sei se deixo entrar. Tinha escrito que uma nova fase ia se iniciar e meus textos parariam de ter o mesmo tema. Mas é difícil. O passado sempre arranca retalhos do passado pra fazer suas raízes e é difícil esquecer o sentimento de outrora, digo, o sentimento mesmo, porque os fatos, estes, pouco a pouco vão se apagando nas memórias, perdendo a intensidade.. Mas aquilo que se sentiu é impossível de esquecer.
Gostaria de ter de volta muito do que perdi, das pessoas que deixei passar. No entanto, aquele clichê estava certo, o tempo não volta, a única coisa que permanece e a vontade de voltar no tempo. Perder pessoas dóis, perceber que o tempo passou dói ainda mais.
É estranho ver as voltas que o mundo deu, de onde de tirou e onde me trouxe. Nunca terei plena consciência do que estou deixando ou o que vou encontrar, me arriscar parece divertido mas sou do tipo de gente que se apega, se apega demais.
Hoje em dia seus segredos não são mais meus, ou suas risadas minhas. O tempo passou por mais que eu o quisesse parado. Agora, não adianta espernear. Quero abraçar esse presente antes que ele vire passado também.
Vou fazer valer todos os clichês e frases feitas. Vou ser feliz e aproveitar o hoje, que quiser que me acompanhe nessa! Bem vindos, marujos.

terça-feira, 27 de março de 2012

Eu sei que vou te amar

"Eu sei que vou te amar... Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar... Desesperadamente, eu sei que vou te amar. E cada verso meu será...Prá te dizer que eu sei que vou te amar... Por toda minha vida. Eu sei que vou chorar. A cada ausência tua eu vou chorar, mas cada volta tua há de apagar o que esta ausência tua me causou... Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver a espera de viver ao lado teu... Por toda a minha vida..."  Cantava Elis na velha vitrola da sala de estar. Eu bebia atentamente cada palavra junto com meu whisky. Derramava-me em lágrimas que os olhos já estavam cansados de expulsar... Nas noites exaltadas, cuspia meus sentimentalismo barato em cartas desbotas as quais nunca enchi-me de coragem suficientemente para enviar. Rasgava minhas carnes para desviar a dor do peito dilacerado por uma dama à qual não pude deixar de amar... A qual não pude nunca ter...
Por que fizeste isso comigo? Por quê? Como ousa, ò impiedosa criatura, lançar assim teu feitiço sobre nós, pobres mortais que nunca poderemos te ter! Como ousas! Por que me iludis-te tanto se não podia entregar-se a mim?
Mal sabes o que fazes. Não sabes o mal que fazes.
Poderia ter-lhe assassinado uma centenas de vezes, se não fosse a beleza de teus olhos. Poderia ter morrido algumas luas atrás, mas o medo de não ver-te mais é superior ao alívio da companheira e amiga morte.
Morrer de uma vez por todas seria o único alívio de meu coração inquieto. Mas morrer por definitivo significa apartar-se de vez de ti... Oh, minha amada, se pudéssemos ser como os afortunados Romeu e Julieta e partir deste mundo juntos... A dádiva de morrer é um privilégio ao qual não sou digno. Meu coração sofre de tanta dependência sem você não é capaz nem de morrer.
Mas vou assim, matando-me aos poucos, engolindo venenos lícitos para enganar meu coração e um dia conseguir morrer de vez.
Trago o cigarro como quem traga tua alma para mais perto da minha. 
Trago o cigarro... Trago a lembrança... Trago o cigarro... Trago minhas dores e venenos. 
Como amo-te! Vivo pela esperança de ver-te mais uma vez. Tua pálida pele refletindo os beijos do sol... Teu semblante tão puro... Não sou digno nem ao menos de tocá-la, bela flor! 
Mas se não posso tocar-te, posso admirar-te e isso agrada-me fazê-lo. Por isso, passo os dias a vagar. Invento desculpas e propósitos que de nada valem, apenas levar-me às ruas próximas à sua. Passo em frente a tua casa e vejo que estás debruçada na janela, os longos cabelos negros esvoaçantes como a minha alma no deleite da tua visão.
De repente, tu lanças um olhar em minha direção, eu, tolo, desvio o olhar, não consigo sustentá-lo diante de tão bela criatura. Começo a andar, distraído ainda sob o efeito do susto que me pregasse, derrubo o que trago em mãos. Olho-te novamente, estás a sorrir. Oh, que divino sorriso! Seus alvíssimos dentes mastigam meu juízo, fico louco... sou um louco....
Como posso esquecer aquele dia, minha bela?  Olhaste-me com tão inigualável doçura que tenho até medo de sujar-te os olhos com minha impureza mundana.
És tão linda, flor, tão linda...
Agora meus dias são a eterna anseia de viver ao lado teu, como já diz a música. Dias, horas, meses, anos. Isso tudo é tão pouco perto da eternidade ao te lado que não meço esforços, não penso duas vezes antes de desperdiçá-los a admirar-te.
Espero mais essa madrugada  me consumir até o último trago do cigarro. Pela manhã é hora te ver mais uma vez, na faixada da tua casa espero pelo leu sorriso que venha iluminar meu dia, e o vento que traga para mim teu perfume doce...
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Já surgiram os primeiros raios de luz. Visto camisa e calça, luvas e meias. Calço sapatos, pego meu chapéu. É hora de ti, amor meu! É hora! Corro ruas, quadras e quarteirões. Pego conduções e decoro códigos de conduta que de nada me adiantam se não em dizem como me comportar perto de ti. Se espantando, bobo, nada faço além de permitir que o reflexo do meu peito estampe meus lábios em sorrisos e suspiros de amor pleno.
É agora, é agora! Cheguei mais uma vez à morada do meu coração. Minha'alma é consumida, mastigada em cada lento segundo que antecede tua chegada.
Oh! Oh! O que vejo? Como é belo, como é belo! São teus negros e encaracolados cabelos que anunciam tua chegada, como o presságio de um dia bom.
Teu corpo alvo e belo anuncia-se então. O sorriso de hoje é maior, o que houve, anjo? 
Não posso crer! Não posso! Faz-me com as mãos sinal para que espere, vira-se de costas e posso ver-te sumir cômodo adentro.
Alguns poucos minutos depois vejo-te ressurgir, dessa vez tão mais próxima. Posso ver os suaves contornos do teu corpo, que parece vir até mim embalado pela brisa marinha que sopra no momento.
Aproxima-se, temerosa. Sinto que meu peito vai explodir de tantas palpitações! Tu paras um momento, defronte a mim. Fita-me os olhos e sussurra uma melodia que diz "esperei por ti..." 
NÃO POSSO CRER! Então minha flor me ama também? O MUNDO ERA BELO NOVAMENTE! A cor invadia-me os olhos e o calor abraçava minha alma em deleite.
Ainda com certo temor de jovem pura demais, ergue a mão ao meu rosto. Toca-me. Toca-me mais que a pele, tuas mãos adentram até a camada mais interna de meu ser. Elas vão descendo, descendo, encostam em meu peito. Fecho os olhos para sentir-te melhor. Nenhuma palavra ousa sair de nossos lábios e quebrar tão precioso silêncio, nossas almas falam por nós.
Tuas mãos descem mais, encontram-se com as minhas. Tocam-se, entrelaçam-se, fecham-se....Completam-se. Não é incrível como elas se encaixam? Parecem que foram feitas uma para a outra, como se estivessem estado assim por toda eternidade e assim devessem ficar para o resto do "para sempre".
Segundos, minutos, horas ou dias passaram-se assim. Nós dois parados na frente um do outro, numa silenciosa conversa de alma para alma, alguns doces sussurros que o vento logo tratou de levar, pois nada diziam diante da infinidade de sentimentos que nos entorpeciam.
Finalmente algo forçou-me a abrir de vez os olhos e despertar de meu deleite. Tinhas que partir. "Não, anjo, ainda não..."
Mas é preciso, você disse. Antes de ir, mais algumas doces melodias.
"Bons ventos para nós...." Sorriu-me e beijou-me com os beijos mais doces de tua boca. Teus macios lábios eram para mim agora um vício, ao qual recorreria memórias em todos os minutos seguintes.
Teu hálito suave depositava em mim o fôlego necessário para viver. Nada existia comparado como teus beijos. 
Tua respiração junta a minha, compartilhando do mesmo ar, mesmo hálito. Por um momento sobrevivemos juntos, um no compasso do outro. Um sendo a fonte de vida do outro.
Pena que teve fim. Pena que os beijos não são eternos. Como diria Saramago, ouso dizer: Os beijos são destino melhor que as palavras.
Foi-se então embora, amor meu. Dou-te este título sem o menor pesar, pois sei que mesmo se o o deste, ele já é teu. Todo meu amor é teu, cada gotícula dele.
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Dias e dias passaram-se assim. Visitava o amor mais regularmente do que fazia minhas refeições. O amor enchia-me de um gozo novo, uma paixão nunca antes conhecida por esse sujo ser, que envolvia-me a alma que bailava junto a ti no salão de nossas vida uma música sem fim.
Porém havia algo de errado com meu anjo. O corpo esguio e magro estava agora mais esquelético, a pele já alvíssima amofinava-se, empalidecendo cada vez mais.
Meu amor parecia estar definhando, a cada novo encontro mais morta. A cada novo encontro mais partes de mim iam sendo bombardeadas
Até o dia que meu amor não veio ao meu encontro. Porém, da janela, fez-me um aceno para que entrasse.
Eu subi, temeroso, ansioso. Com mais medo que coragem.
Ela repousa seu aspectos demasiado frágil em seu amoroso e delicado leito. Ainda que a vida fosse-lhe  escorrendo vagarosamente por entre os dedos, sorria-me com ternura, como quem pede desculpas por partir ainda tão cedo.
Aproximei-me e ela disse com dificuldade " é hora, meu bem. É hora de ir". Essas palavras bastaram para abir a represa que eram meus olhos, lágrimas brotavam como se fossem infinitas. Eu chorava como uma criança inconsolável. Pousei a cabeça entre seus seios e chorei mais e mais.
Minha ama, minha alma, não me deixe... Não me deixe pois sem ti nada passo de poeira estelar...
Ai ocorreu-me a brilhante ideia! Disse-lhe 'espere-me' e sai correndo feito um louco desembestado com sede de amor.
Voltei algum tempo depois, cansado, porém feliz. Trazia no bolso um par de alianças, novas como nossos corações.
A princípio minha bela flor não entendeu muito bem, mas aos poucos foi aliviando-se, sorrindo e dizendo-me mil vezes 'amo-te, amo-te, amo-te...'
Ajoelhe-me frente à minha dama, que com esforço e felicidade, sentou-se. Estendeu-me as mãos. Escolhi a esquerda e pus, com meus gestos trêmulos, a aliança em seu dedo anelar. Nesse momento não me socorriam palavras majestosas suficientemente para ocasião. Usei de todos os meus esforços, mas nada consegui sussurrar além de 'Amo-te'. 
E o que mais poderia dizer? Amor é só o que sinto e sinto por inteiro. Dizer-lhe isto é o mesmo que dizer-lhe 'sou seu', além disso, é dedicar-lhe minha vida, meu respirar e dizer-te 'cuido de ti, não preocupe-se'. Dizer que amo-te é o máximo que posso fazer. É dizer que a partir deste momento tua vida é minha, minha vida é tua. Somos um só e nada é capaz de separar-nos. Pois o que Deus planta no fértil solo do coração dos homens não pode ser arrancado com machado ou levado por chuvas de verão.
Minh'alma sorria-me dentro daquele pequenino corpo de mulher. É como se já estivéssemos estado juntos, antes de virmos à este mundo. Uma só alma dividida em dois corpos, que agora uniam-se... Uniam-se as mãos e os lábios. Juntavam corpo e alma, amor e paixão. Você e eu.
Passamos horas vivendo do amor que lotava nossos peitos. Eram as últimas horas de vida de meu amor.
Lembro de sua caridosa mão que consolava-me enquanto derramava meus prantos pela cama. Tentava me acalmar, mas era impossível... Como se pode viver sem você? Pode alguém viver sem alimento? Tu és o alimento de minha alma, flor!
Quando a brisa noturna anunciou-se pela janela, percebi que a hora estava chegando. Deitado ao lado de minha dama, não pude deixar de derramar mais algumas poucas lágrimas, que ela enxugou com os finos dedos de boneca e com infindável ternura e paciência recitou-me mais uma vez os versos de Elizabeth Barret, que encerravam-se com "Amo-te  até nas coisas mais pequenas; Por toda a minha vida. E, assim Deus o quiser, ainda mais te amarei depois da morte."
Não pude deixar de sorrir. Baixei os olhos e abracei-a com enorme vontade de nunca mais soltá-la; Ah, se pudéssemos escolher a eternidade! Ela ainda seria pouco para o tempo daquele abraço.
Adentramos a noite e com o tempo o abraço do meu amor ia ficando mais fraco, seu corpo mais frio... Até que por fim sua respiração silenciou. Sua vida teve fim assim, nós dois, juntos, contando os segundos finais e esperando pela paz do outro lado.
Por que tivestes que ir? Por que tivemos que nos conhecer tão tarde?
Sem você nada existe, os dias são tristes...
Vago pelas mesmas ruas, observo as mesmas flores, bebo o mesmo whisky. Ainda escuto Elis.
Mas agora não existe mais válvula que me faça despertar. Não existe mais a remota chance de te evr sorridente a embalar minha vida da janela.
Acordo, tomo uma dose, escuto meu vinis, vago pelas ruas a tua procura. Não te acho. Volto pra casa, choro as lágrimas que ainda me restam. Bebo mais uma dose e vou dormir.
Assim espero ir me matando, lentamente, dia após dia. Na espera de poder, um dia, ver teus brilhantes olhos novamente.
Os dias são tristes... Os dias são tristes...





sábado, 24 de março de 2012

Espero novos ventos soprarem em minha direção. Que levem de vez restos que pesam, e façam girar o moinho no meu peito.
Espero novos rumos e novas histórias. Anseio por mudanças

quinta-feira, 8 de março de 2012

Boa noite

Boa noite, como vão vocês?
Eu vou muito bem, obrigada. Aqui está tocando uma poesia, leve e vagarosamente... Enquanto isso, estou debruçada na janela, sentindo o doce vento acariciar-me o rosto.
A lua também está linda, como sempre. Vez por outra uma nuvem vem e cobre-lhe a beleza por alguns momentos, mas logo ela ressurge, iluminando o céu. Está belíssima! É o balão que alguma criança perdeu enquanto corria alegremente por ai. O balão subiu... subiu...subiu e perdeu cor, ganhou luz e virou a morada de São Jorge, grande desbravador de dragões, Dom Quixote dos céus.
Talvez pelo simples fato de ser, ou pelos meus olhos renovados, vejo o céu em perfeita harmonia. Nuvens, mutáveis, bailando entre astros que dessa vez apenas admiram e abrilhantam o show.
Por aqui, as coisas andam como o céu que vejo. Nunca iguais, mas sempre belas. E mesmo quando tudo parece triste, se buscarmos bem, é possível ver o brilho de um balão que se perdeu e virou astro.
Boa noite.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Há dias tento escrever algo sobre como venho me sentindo. É tão estranho. Antigas desconfianças que viraram verdades... Antigas verdades gigantescas que agora já não passam de meros detalhes de um uma história que foi, assim, se diminuindo com o tempo.
Agora, nem eu sei o que está acontecendo. Mas é um tal de não querer ir embora, de querer conversar. Mas olha! Até parece que eu quero voltar no tempo! E já quis, mas hoje não o quero mais, não. Só queria um pouquinho mais de tempo.
Só queria entender as coisas, ou conquistar um pedacinho do seu coração. Retomar um lugar que era meu... ou ao menos um terço dele.
Você tende a se sentir só quando percebe que ama mais do que é amado. Dá mais atenção do que recebe ou pensa mais do que é pensado. Mas não me sinto só, não estou só. Só estou sem você.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

pequenino

Não é engraçado como diante do nascimento ou da morte, tudo se torna bem pequenino? Um livro que você leu, a roupa que você usou ou quantas fotos postou naquela rede social. Tudo isso é, na verdade, um ínfimo daquilo que é a vida.
Basta olhar o céu e ver a imensidão que há sob nós. Que riqueza, ou pobreza, roupas caras ou trapos, nada disso é muita coisa diante do que realmente importa. E o que é que importa? Viver. Viver é o que importa. Ser feliz é o que importa. E por isso não quero dizer altas aventuras ou risadas altas e farras com amigos. Felicidade pode ser deitar e observar o céu. Pode ser ver os filhos correrem ou um eu te amo.
No fim de tudo, só que te importará é amor. É ser acolhida, amada por alguém.
Não vale à pena as lágrimas por uma paixãozinha adolescente incorrespondida ou a tristeza e infelicidade crônica que nossa geração carrega, como se fosse uma espécie de moda.
Pra mim, o que importa é apreciar os bons momentos. O raiar de uma flor ou o desabrochar do dia. A felicidade, na verdade, é muito simples. Não precisa de muito para conquistá-la. 
Só é preciso coragem para despir a farda do desconforto e enxergar todo o amor da Criação e felicidade que há por ai, dentro do seu peito.
Pra quê toda essa infelicidade? Jogue-a fora. O mundo é belo.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Não me assusta todas as discussões e as vezes que decidimos pôr um final em algo. Me assusta mesmo é quando as coisas nas quais já colocamos o ponto final morre depois e cambalear devagarinho  mais algum tempo. Dói mesmo é ver que realmente acabou todo aquele rebuliço no peito e na alma. Ver que o as borboletas não fazem mais bagunça no estômago e aquela raivinha repleta de alegria passa.
O que desaponta é quando o sentimento cai morto ao chão. Não na hora em que disparamos os tiros,pois dali sabemos e até acompanhamos com inigualável ardor, os último passos, agoniantes, mas que ao menos ainda possui vida.
Pior é quando tudo vira indiferença. O sentimento, qual quer que fosse, jaz em migalhas ao chão. E você, ainda em choque, é levada adiante. Depois da morte, nenhum funeral é feito. Apenas arrumam-se as lembranças na mala e vai-se embora.
Não há motivo para ficar. Mova-se. Vá.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Não sei de nada. Não ouso dizer coisa alguma, por enquanto.